Varginha é a cidade que mais exportou café nos últimos anos

Redação julho 11, 2025

Varginha, localizada no Sul de Minas Gerais, reafirma sua posição como uma das principais potências mundiais na exportação de café, especialmente no segmento de cafés especiais, que têm impulsionado a economia local e atraído a atenção de mercados internacionais. Em 2023, a cidade exportou mais de US$ 1,5 bilhão em café, superando estados como São Paulo e Espírito Santo, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, divulgados pelo Porto Seco. Este desempenho excepcional consolida Varginha como líder no ranking nacional de exportação de café, com um foco crescente em cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou certificações de práticas sustentáveis.

O boom dos cafés especiais

Os cafés especiais, caracterizados por alta qualidade sensorial ou certificações de sustentabilidade, têm sido um dos pilares do sucesso de Varginha. Em 2024, os cafés diferenciados brasileiros representaram 18,1% das exportações totais do país, totalizando 9,141 milhões de sacas e gerando uma receita de US$ 2,535 bilhões, um aumento de 59,9% em relação a 2023. Varginha, como epicentro da cafeicultura no Sul de Minas, desempenhou um papel crucial nesse crescimento, beneficiando-se de sua infraestrutura avançada, como o hub da Louis Dreyfus, que dobrou sua capacidade de armazenamento e processamento em 2025, alcançando 2,5 milhões de sacas de 60 kg processadas anualmente.

A cidade se destaca pela produção de café arábica, que domina as exportações brasileiras, representando 73,2% do total em 2024, com 36,95 milhões de sacas exportadas nacionalmente. Em Varginha, a combinação de solos férteis, clima favorável e técnicas agrícolas avançadas garante grãos de alta qualidade, muito valorizados em mercados exigentes como Estados Unidos, Alemanha e Bélgica.

Desempenho em 2023, 2024 e projeções para 2025

Em 2023, Varginha liderou as exportações brasileiras de café, com um faturamento superior a US$ 1,5 bilhão, superando até mesmo estados inteiros, como Espírito Santo e São Paulo, segundo o Ministério do Desenvolvimento. No âmbito nacional, o Brasil exportou 39,247 milhões de sacas de café, gerando US$ 8,05 bilhões, com os cafés diferenciados respondendo por 18,7% do total.

Em 2024, o Brasil alcançou um recorde histórico, exportando 50,443 milhões de sacas para 116 países, com uma receita de US$ 12,515 bilhões, um aumento de 55,4% em relação a 2023. Varginha, como principal polo exportador, foi beneficiada por esse crescimento, especialmente no segmento de cafés especiais, que registraram um preço médio de US$ 388,35 por saca em janeiro de 2025, contribuindo com 29,9% da receita total de exportações naquele mês. Apesar de gargalos logísticos nos portos brasileiros, que impediram o embarque de cerca de 1,8 milhão de sacas em 2024, a cidade se destacou pela eficiência de suas cooperativas e exportadoras.

Para 2025, as perspectivas são mais cautelosas devido à expectativa de uma safra menor de café arábica, conforme apontado pelo presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira. No entanto, a demanda por cafés especiais deve continuar forte, impulsionada por regulamentações internacionais, como o Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), que favorece a produção sustentável de Varginha. Em janeiro de 2025, o Brasil exportou 3,977 milhões de sacas, com uma receita de US$ 1,3 bilhão, dos quais 25,4% foram cafés diferenciados, evidenciando a relevância contínua desse segmento.

Infraestrutura e inovação

O fortalecimento da infraestrutura em Varginha tem sido um diferencial. Em 2025, a Louis Dreyfus anunciou a expansão de sua planta na cidade, que agora processa 2,5 milhões de sacas e armazena 1 milhão de sacas anualmente, posicionando o hub como um dos mais avançados do Brasil. Essa modernização otimiza a logística para atender tanto os cafeicultores locais quanto a demanda internacional, reforçando a competitividade da cidade no mercado global.

Desafios e sustentabilidade

Apesar do sucesso, Varginha enfrenta desafios logísticos, como atrasos nos portos brasileiros, que impactaram as exportações em 2024. Além disso, a crescente demanda por práticas sustentáveis exige que a cidade continue investindo em certificações e tecnologias que garantam a rastreabilidade e a qualidade de seus cafés especiais. A adaptação às normas ESG (ambientais, sociais e de governança) será crucial para manter a liderança em 2025 e além.

Exportação de café: de Varginha para o mundo!

Varginha se consolida como uma potência global na exportação de café, com um desempenho notável em 2023 e 2024, e perspectivas sólidas para 2025, especialmente no mercado de cafés especiais. Com uma receita recorde, infraestrutura de ponta e foco em sustentabilidade, a cidade não apenas lidera o cenário nacional, mas também reforça a posição do Brasil como maior exportador de café do mundo. A combinação de tradição, inovação e qualidade mantém Varginha como referência no mercado cafeeiro global.

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